É sintomático que, em sintonia com a hostilização directa da presença da NATO na sua área de influência estratégica, Moscovo procure que o seu diálogo energético com a Europa continue business as usual, onde o interlocutor russo promove a multiplicação de canais de dependência energética.
Ao lidar, individualmente com as várias capitais europeias e ao seleccionar players continentais preferenciais, como é o caso da Alemanha, a Federação da Rússia assegura, tanto a fragmentação da capacidade negocial europeia em matérias energéticas, como a instituição de watchdogs de projectos de incontornável relevância estratégica como o pipeline Nord Stream.
Chega, mesmo, a ser caricato que o Presidente Medvedev tenha escolhido a sua visita a Helsínquia para a divulgação desta mesmo estratégia de implementação de dependência estratégica que foi apelidada de "Finlandization of Europe".
De facto, se hà matéria em que é imperioso um trajecto de integração é a questão energética, onde a crescente dependência europeia face a abastecedores externos obriga à futura diversificação dos abastecedores e das fontes energéticas e à constituição de um mercado energético integrado.